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A metáfora do brinquedo

  Eu ganhei um brinquedo no sexto ano, uma linda boneca com quem eu converso muito, brinco bastante, dou risada, conto meus segredos e sonhos. Eu amei ter ganhado uma boneca, por que eu nunca tive uma, e agora somos melhores amigas, esse é o meu brinquedo preferido.   Os anos se passaram e nada mudou, sempre que eu enjoava e deixava de brincar, logo pedia desculpas para ela e voltáva-mos a brincar. Até que eu fui embora, acabei deixando-a para trás, mas nunca esqueci dela. Quando voltei, parecia não ser a mesma boneca, tinha brincado com suas novas meninas, eu tentei relembrar do quanto éramos próximas, mas ela parecia não se lembrar tanto assim.   Tentei fingir que nada aconteceu, mas algo de estranho tinha ali. Logo nos mudamos para um quarto de brinquedos maior, ela ficou em um canto e eu em outro, com um espaço maior, tinha novas meninas querendo brincar com minha boneca, eu já não me importava de dividi-la, sabia que ela estava feliz.   Os anos se passaram e nos distanciamos, mas

Confusão

Hoje estou me sentindo estranha, tipo, muito estranha. Não sei definir estranha, pode ter vários significados: com vontade de sumir, de sair com alguém, vontade de comer algo diferente para preencher o vazio, não sei se é carência, raiva, tédio, dor, tudo junto. Não é a primeira vez que me sinto assim, com vontade de chorar, gritar, de apodrecer na cama o dia todo. De ontem pra hoje escrevi muito, mais do que o normal, eu faço isso quando minha mente está a mil por segundo. As vezes são tantas coisas que ficam rodando na minha cabeça que eu nem termino um assunto e já mudo pra outro, tento escrever o mais rápido possível tentando acompanhar meus pensamentos que minha letra acaba ficando feia. Viu? Já mudei de assunto. Continuando, já me senti assim e escrevendo e pensando assim, eu acho que sei o que é.  Não tenho dormido direito: durmo tarde, acordo tarde, às vezes durmo a tarde mesmo tendo dormido a noite toda. Poderia ficar acordada q noite toda mas já fiz isso essa semana e minha m

Peso da discussão

Eu não me reconheço mais Depois de tanto tempo segurando choro Eu não me reconheço mais Depois de tanto tempo segurando o desespero Eu não me reconheço mais Foram muitas dinamites, colocadas de uma por uma Tantas que agora qualquer faísca que caia, eu tenho a sensação de que vou explodir Eu sinto algo que não quero sentir Mas é incontrolável Uma raiva que quero negar, mas não consigo mentir para mim mesma Um perdão que quero liberar, mas não consigo sentir Uma mágoa que quero sumir, mas a qualquer discussão se mostra estar ali Espero eu, um dia me reconhecer, mas de forma diferente De forma mais madura e de bem comigo mesma Mas até lá, não posso negar o que sinto; pelo menos não para mim Não me reconheço mais, espero logo me encontrar, e encontrar a minha paz Foram tantas discussões, que está difícil de me encontrar e encontrar o perdão Beatriz Fernandes Duarte Ximenes Sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020 20h05

Tristeza

Tristeza Substantivo feminino 1. Qualidade ou estado triste; estado afetivo caracterizado pela falta de alegria, pela melancolia. 2.Caráter do que desperta esse estado. 3. Falta de alento; desânimo, desalento, esmorecimento. 4. Momento em que prevalece o estado de melancolia, de desânimo, de aflição.    Tristeza: o que faz parte de mim. O que eu estranho se não estiver triste. O que já me acostumei e me aconcheguei.    O sentimento que mais me faz companhia. E que se você me perguntar do porquê, não vou saber responder, pois são tantos motivos que não cabem só em momento.    O sentimento que me acompanha em todos os lugares desde que eu me lembre.    Que não me deixa saber qual é a sensação da alegria por mais de um dia.    É o sentimento que se apossou de minha pessoa.    Não sei mais se me faz bem ou mal, pois, depois de tantas frustações é o que me resta, e quando não consigo encontrá-la, procuro nas melodias das músicas que a despertam.    O mesmo sentimento que me conforta ao me f

Saudades

Sinto saudade De quando eu olhava as estrelas De quando estudava as constelações Sinto saudade De quando da minha janela dava pra ver muitas estrelas pela noite De quando o sol batia dentro do meu quarto e iluminava tudo naturalmente Sinto saudade De quando eu estudava coreano De quando eu estudava a cultura coreana Sinto saudade De quando eu dançava De quando eu conseguia fazer o que eu gosto Sinto saudade Da minha energia que se perdeu pelo caminho De quando eu não estava exausta e esgotada Sinto saudade De quando eu me amava De quando era fácil levantar da cama De quando era fácil caminhar Sinto saudade De mim mesma Beatriz Fernandes Duarte Ximenes Sexta-feira, 01 de novembro de 2019 22:01 pm

Perda para novos caminhos

Não adianta Quando o erro é grave, e você não fez o que deveria ter feito há muito tempo Nada do que fizer vai concertar A única coisa que vai conseguir, é entrar em um ciclo sem fim e cansativo As pessoas ao seu redor, também irão se cansar Você pode pensar que não vai atingi-las, mas sempre atinge de uma forma inexplicável e imensa Pode causar estragos enormes Você não pode concertar o que fez Mas sempre se abrem novos caminhos e você pode escolher qual seguir: o da dor e sofrimento ou o da compreensão e amadurecimento Assim poderá evitar o caos É difícil liberar perdão É difícil liberar compreensão Mas é mais difícil ainda conviver em ruínas, brigas e destruição É mais difícil ainda mutilar-se Tudo na vida é um grande sacrifício Até para alcançarmos a felicidade, devemos sacrificar coisas, e aceitar novas Mas tudo depende da sua escolha no começo Quando o erro é grave, ele pode causar situações ainda mais graves Beatriz Fernandes Duarte Ximenes Terça-feira

Ansiedade

Minha mente está a mil Eu bocejo com sono, mas, não consigo dormir Tento fazer a atividade, mas, não consigo Entro no twitter, saio Entro no Whatsapp, saio Minhas costas doem, respiro fundo Tenho vontade de chorar Nada do que me falam, adianta Continuo fadigada, feia e exausta Tenho dentro de mim, sentimentos presos Que eu sei que se solta-los, irei me machucar, mais do que já estou E irei machucar outras pessoas ao meu redor Mas continuo prendendo, pois nem eu sei me explicar Também não quero ser um fardo para as pessoas Também não quero ter que me explicar Sinto a lágrima chegando, mas volta, pois não sei o que sinto Minhas costas doem bastante, respiro fundo, deito, mas só piora Novamente a lágrima bate na porta, mas, não consigo deixá-la sair Não consigo ficar uma semana sequer A tristeza sempre vem dançar comigo Mas ela não vem só, ela trás seus acompanhantes Dor, insatisfação, raiva, incompreensão, e o maior de todos, o vazio Respiro fundo novamente, bo